"Não
julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que
julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos
hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho
do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?" - Mateus 7:1-3.
Quando vemos, no ministério ou na igreja, um irmão ou uma irmã que
cometeram pecado, existe pelo menos três coisas que nós não sabemos.
Primeiro; não sabemos o quanto se empenharam para não pecar. Segundo;
não sabemos qual o poder ou forças que os dominaram. E terceiro; não
sabemos o que teríamos feito nas mesmas circunstâncias.
Temos o hábito de julgar as pessoas: "Ela é fraca e não sabe resistir aos momentos de dificuldades"; "Ele se deixa envolver facilmente com coisas erradas"; "Eles bem que poderiam ter evitado aquela situação";
e outros comentários semelhantes. Até parece que não erramos nunca, que
não fraquejamos em nenhum momento, que somos sempre fortes e
inabaláveis.
Por que, em
vez de criticar e condenar os irmãos, não procuramos compreender a
situação? Por que, em vez de virar as costas aos "pecadores", não nos
oferecemos para ajudá-los, para abraçá-los, para mostrar-lhes algo
melhor? Temos o dever de amá-los e não de diminuí-los ainda mais.
Por acaso nós nos colocamos em seus lugares? Será que realmente
seríamos nós mais santos e firmes se enfrentássemos os mesmos dilemas?
Resistiríamos mais se sofrêssemos as mesmas tentações? Agiríamos com
mais honestidade se nos confrontássemos com as mesmas facilidades?
Teríamos coragem de atirar pedras, como não tiveram os acusadores da
mulher pecadora dos tempos de Jesus?
Por que o Senhor Jesus nos mandou cuidar primeiro do cisco de nossos
olhos antes de querer tirar o dos nossos irmãos? Somos mais santos que
eles? Somos mais puros que eles? Temos as vestes mais brancas do que as
deles? Justamente esse é o nosso erro: queremos compaixão e
misericórdia quando erramos, mas queremos severidade e justiça para
aqueles que fracassam. Achamos sempre que a falha do próximo é
injustificável, intolerável, que deve rapidamente ser punido, banido,
cortado, mas não agimos da mesma forma quando cedemos às tentações e ao
erro. Nós nos achamos melhores, e, queremos sempre ser aceitos,
compreendidos e perdoados.
Como
seria nosso sentimento, quando pecamos, se as pessoas agissem
exatamente como nós agimos com os outros? Queremos perdão e
misericórdia? Tolerância e paciência? Amor e compreensão? Primeiro
devemos aprender a colocar em prática essas verdades com aqueles que
também erram, pois "como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também" (Lc 6:31).
Devemos ter a consciência de que não somos melhores que ninguém, e
todos estão propensos aos mesmos pecados. Por isso a Palavra de Deus
nos adverte: "Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia"
(I Co 10:12). Todos nós carecemos da mesma graça, misericórdia e perdão
de Deus. Por isso não nos cabe o direito de julgar aqueles que falham,
mas devemos ser o reflexo de Jesus, perdoando, acolhendo, amando,
mostrando o caminho certo e ajudando sempre!
Todos
nós somos abençoados pela misericórdia e pelo amor de nosso Senhor. Que
saibamos agir da mesma forma com todos que estão diante de nós.
Deus abençoe!